Rebranding de Sucesso: como grandes marcas evoluíram sem perder sua essência
- DesignGuy
- Nov 14
- 9 min read
Você percebe quando uma marca muda ou quando ela evolui? Há uma diferença sutil, mas decisiva entre essas duas coisas. Enquanto algumas marcas apenas trocam o logo ou o tom de voz, outras repensam completamente o que representam, o que entregam e como querem ser lembradas. Isso é rebranding de verdade.
Em um mercado saturado, onde produtos se copiam e mensagens se repetem, o rebranding é o que separa as marcas que envelhecem das que continuam relevantes. Indo muito além da estética, esse trabalho está ligado a estratégia, percepção e propósito.
De tempos em tempos, marcas de todos os tamanhos percebem que o mundo mudou e que elas precisam mudar junto. Foi assim com a Airbnb, que deixou de vender hospedagem para vender pertencimento; com a Old Spice, que virou sinônimo de humor e irreverência; e com a Burberry, que recuperou o prestígio perdido ao modernizar sua identidade e discurso.
Neste artigo, você vai ver exemplos reais de rebranding de sucesso, entender o que esses movimentos têm em comum e descobrir lições práticas para aplicar em seu próprio negócio com método, clareza e propósito.
Porque rebranding não é sobre mudar quem você é. É sobre deixar claro quem você se tornou.

O que é rebranding e quando ele é necessário
Rebranding é o processo de redefinir como uma marca é percebida. Não se trata apenas de mudar o logo, as cores ou a tipografia, mas de revisar a forma como a empresa se posiciona, se comunica e entrega valor ao mercado. É um movimento estratégico que nasce de dentro para fora.
Ele costuma acontecer quando há uma desconexão entre a marca e o contexto em que ela está inserida. O famoso "logo antigo". Pode ser uma mudança de público, de propósito, de modelo de negócio ou até de cultura. Em alguns casos, o rebranding surge como resposta a crises de reputação; em outros, é um passo natural de evolução e amadurecimento.
Empresas como Dunkin’, Nubank e Burger King mostraram que o rebranding é menos sobre estética e mais sobre significado. Quando bem conduzido, ele amplia relevância, gera novos ciclos de crescimento e reforça a autenticidade da marca.
Mas nem sempre é a hora certa de mudar. Se o problema está em execução, comunicação ou experiência do cliente, mudar a marca pode ser um erro. O rebranding só faz sentido quando existe um reposicionamento real por trás, quando a empresa já mudou na prática e precisa apenas traduzir isso visualmente e estrategicamente.
Em resumo, rebranding é sobre alinhar identidade e realidade. A marca muda não para parecer diferente, mas para expressar com clareza quem ela realmente se tornou.
Tipos de rebranding: entendendo as abordagens
Nem todo rebranding é igual ou acontece pelo mesmo motivo. Algumas marcas precisam reformular apenas sua linguagem visual, enquanto outras revisitam completamente seu propósito e posicionamento. Entender os tipos de rebranding ajuda a definir a profundidade da transformação e evita mudanças superficiais que não geram resultado.
Rebranding visual
É o tipo mais visível e, geralmente, o primeiro passo. Envolve ajustes em logotipo, cores, tipografia, embalagens ou interface digital. É indicado quando a identidade visual ficou desatualizada ou desalinhada à percepção desejada. Foi o que a Burger King fez ao modernizar seu logo, resgatando o visual vintage dos anos 70 com um toque contemporâneo, reforçando a autenticidade da marca.
Rebranding de posicionamento
Aqui, o foco é redefinir como a marca quer ser vista pelo mercado. É comum quando a empresa muda de público, amplia atuação ou busca uma nova proposta de valor. A Dunkin’, por exemplo, removeu o “Donuts” do nome para reforçar que é uma marca de conveniência moderna, não apenas de produtos açucarados.
Rebranding de produto
Acontece quando a empresa reformula um produto já existente ou muda a forma de comunicá-lo. Marcas de bebidas, como a Coca-Cola e a Pepsi, frequentemente fazem isso ao lançar versões zero açúcar, conectando-se a novas demandas de saúde e sustentabilidade.
Rebranding de valores
Mais profundo, envolve transformar cultura, propósito e discurso da marca. É o caso da Patagonia, que consolidou sua identidade em torno da responsabilidade ambiental, indo além do produto e assumindo uma posição clara sobre sustentabilidade.
Rebranding de nome
Quando o próprio nome da marca deixa de representar o negócio. Pode ocorrer após fusões, internacionalizações ou mudanças de mercado. Um exemplo clássico é o da Facebook Inc., que se tornou Meta, uma tentativa de reposicionar a empresa como líder no desenvolvimento do metaverso.
Cada tipo de rebranding exige uma estratégia específica, mas todos compartilham um ponto em comum: não basta mudar a aparência, é preciso mudar a percepção.
Exemplos reais de rebranding de sucesso
Os melhores rebrandings são aqueles que vão além da estética e criam uma nova relação entre marca e público. Eles não apenas atualizam a identidade visual, mas reposicionam o significado da marca na mente das pessoas. A seguir, alguns dos casos mais emblemáticos e o que cada um deles ensina sobre estratégia, consistência e coragem.
Airbnb — de hospedagem alternativa a senso de pertencimento
Quando nasceu, o Airbnb era visto como uma plataforma para economizar em viagens. Em 2014, percebeu que precisava deixar de ser uma solução funcional e se tornar uma marca com propósito. A campanha Belong Anywhere marcou essa virada: a empresa passou a vender a ideia de pertencer a qualquer lugar do mundo, não apenas o aluguel de quartos.
O novo logo, chamado Bélo, simboliza esse sentimento de conexão e comunidade. O rebranding foi acompanhado de uma reformulação total do design, do tom de voz e da experiência digital. Como resultado, o Airbnb se tornou uma das marcas mais admiradas do mundo, associada à liberdade, autenticidade e experiência local, não a preço.
Old Spice — de marca ultrapassada a ícone pop
Nos anos 2000, a Old Spice era vista como uma marca antiga, voltada ao público mais velho. O rebranding começou em 2010, com uma das campanhas mais inteligentes da história do marketing: The Man Your Man Could Smell Like, estrelada por Isaiah Mustafa e depois por Terry Crews.
O novo posicionamento misturou humor, ironia e estética exagerada, transformando a percepção da marca em algo jovem, divertido e autêntico. Em pouco tempo, as vendas cresceram mais de 100%, e a marca voltou a ocupar espaço cultural entre o público masculino.
Mais do que mudar embalagem ou logo, a Old Spice redefiniu como uma marca tradicional pode dialogar com uma nova geração sem perder sua essência.
Dunkin’ — simplicidade e expansão global
Em 2018, a Dunkin’ Donuts encurtou seu nome para Dunkin’. A mudança foi muito mais simbólica do que estética: representava a transição de uma cafeteria focada em donuts para uma marca moderna, centrada em conveniência e variedade.
A tipografia e as cores vibrantes foram mantidas, garantindo reconhecimento visual, mas o discurso foi totalmente reformulado. A marca passou a enfatizar agilidade, inclusão e estilo de vida urbano. A mudança refletiu-se também no menu, nas lojas e na comunicação digital.
Esse rebranding mostrou que simplificar é evoluir. Ao deixar de se definir por um produto, a marca se abriu para um território muito maior.
LEGO — de crise à reinvenção global
Nos anos 2000, a LEGO enfrentava seu pior momento financeiro. A marca ão estava mais se comunicando com a geração atual para seguir com seu propósito original, que era estimular a criatividade. Nesta época, estava sofrendo para competir com eletrônicos e videogames.
O rebranding começou com uma revisão completa da essência da marca. A LEGO voltou às origens, reconectando-se ao valor simbólico da imaginação. Investiu em co-criação com o público, storytelling e licenciamento inteligente (como Star Wars e Harry Potter).
O resultado foi uma das reviravoltas mais notáveis do branding moderno: de prejuízo a lucros bilionários e uma base global de fãs engajados. A LEGO se reposicionou como marca que celebra o poder criativo das pessoas, não apenas um fabricante de brinquedos, trazendo nostalgia, criando fãs por todo o mundo e, o melhor, incluindo as pessoas na criação de brinquedos novos.
Burberry — tradição e modernidade em equilíbrio
Por muito tempo, a Burberry carregou uma imagem desgastada: de luxo antigo, ultrapassado e sem apelo entre jovens. O rebranding, iniciado nos anos 2000 sob o comando de Christopher Bailey, foi uma aula de reposicionamento.
A marca resgatou suas origens britânicas com sofisticação e inovação, transformando o trench coat clássico em símbolo de moda contemporânea. A nova identidade visual e as campanhas digitais aproximaram a Burberry de uma audiência mais jovem, sem perder o prestígio histórico.
A estratégia digital foi decisiva: a Burberry foi uma das primeiras grifes de luxo a apostar em desfiles transmitidos ao vivo e em experiências online exclusivas. O resultado foi um reposicionamento de marca global, hoje vista como sinônimo de modernidade, exclusividade e autenticidade britânica.
Esses cases mostram que o rebranding bem-sucedido não nasce de uma decisão estética isolada, mas de uma estratégia consistente de reposicionamento, ancorada em propósito, pesquisa e visão de futuro.
O que esses rebrandings têm em comum
Apesar de atuarem em setores completamente diferentes, todos esses cases compartilham princípios sólidos. Nenhum deles se limitou à troca de logo ou paleta de cores. Cada mudança foi resultado de estratégia, autoconhecimento e coragem de repensar o próprio papel no mercado.
1. Clareza de propósito
Antes de mudar qualquer aspecto visual, todas essas marcas revisitaram sua essência. O Airbnb entendeu que vendia pertencimento, não hospedagem. A LEGO redescobriu que vendia criatividade, não blocos de montar. O rebranding começa quando a marca entende o que realmente entrega de valor simbólico. Tiraram foco no produto e entenderam que entregam experiência e sentimento.
2. Pesquisa e escuta ativa
Esses rebrandings não nasceram de intuição ou vaidade. Eles foram sustentados por dados, estudos de percepção e conversas reais com clientes. A Dunkin’, por exemplo, identificou nos dados de consumo que o público via a marca como um ponto de conveniência, e não apenas de donuts.
3. Consistência entre discurso e entrega
Nenhuma das marcas apenas prometeu mudança, elas mudaram na prática. A Burberry reposicionou seu discurso, mas também atualizou processos, canais e experiências. O rebranding só se sustenta quando há coerência entre o que a marca comunica e o que o cliente vivencia.
4. Coragem de romper padrões
Todo rebranding exige abandonar o conforto do conhecido. A Old Spice arriscou o humor absurdo em um segmento saturado de clichês de masculinidade. O resultado foi o oposto do previsível — e exatamente por isso, memorável.
5. Execução impecável de design e comunicação
Em todos os casos, o design foi tratado como ferramenta estratégica. A identidade visual não foi decorativa, mas um veículo de significado. Do símbolo do Airbnb ao lettering da Dunkin’, cada escolha visual reforçava o novo posicionamento.
Em resumo, o que une todos esses exemplos é a integração entre propósito, percepção e entrega. Rebranding não é sobre mudar para parecer novo, mas para permanecer relevante.
Lições práticas para quem planeja um rebranding
Fazer um rebranding é um dos movimentos mais delicados na vida de uma marca. Se feito sem propósito, ele soa forçado. Se feito com clareza e método, pode redefinir o lugar que a marca ocupa na mente das pessoas. Abaixo, estão as principais lições que emergem dos grandes casos de sucesso e que servem de guia para qualquer empresa que queira evoluir sem perder sua essência.
1. Comece com diagnóstico, não com design
Antes de qualquer traço no logotipo, é preciso entender o porquê da mudança. Faça uma análise honesta sobre o que está funcionando e o que não está — percepção de marca, relevância de discurso, performance em canais, satisfação do cliente. Rebranding é consequência de estratégia, não o ponto de partida.
2. Ouça quem importa: o cliente e o time
Nenhum rebranding deve ser feito de dentro para fora. Converse com clientes, colaboradores e até ex-clientes (às vezes o motivo deles terem ido embora seja uma grande luz) para entender o que a marca representa hoje. Essa escuta revela ruídos, oportunidades e percepções que dificilmente aparecem em planilhas.
3. Redefina o propósito antes da estética
A clareza do propósito é o que garante consistência a longo prazo. Sem ele, a marca muda de aparência, mas continua sem direção. A pergunta central é simples: por que existimos e o que queremos representar no mundo agora?
4. Crie um manifesto que traduza a virada
Toda grande mudança precisa ser contada. Crie uma narrativa que explique o motivo do rebranding, o que muda na prática e como isso reflete os valores da marca. Um manifesto bem escrito serve como guia interno e também como ferramenta de comunicação com o público.
5. Valide com testes e feedbacks reais
Antes do lançamento, teste a nova identidade com grupos de clientes, parceiros e equipes internas. Observe como as pessoas percebem a mudança e se ela reforça a mensagem desejada.
6. Lançar não é encerrar
O rebranding não termina com o novo logo publicado nas redes. Ele precisa ser sustentado por consistência. Treine equipes, alinhe tom de voz, revise materiais e mantenha a coerência em cada ponto de contato. Marcas fortes são construídas pela repetição intencional.
7. Meça impacto e ajuste com base em dados
Acompanhe indicadores de percepção de marca, engajamento, NPS, tráfego e conversão. O rebranding deve gerar resultados tangíveis, como aumento de preferência ou redução de ruído. Dados e narrativa caminham juntos para validar a nova fase.
O rebranding é um exercício de visão e coragem. Ele pede método, mas também sensibilidade. E, acima de tudo, exige que a marca mude primeiro por dentro, para depois comunicar isso ao mundo de forma coerente e verdadeira.
Conclusão: rebranding é evolução, não ruptura
Toda marca que dura aprende a mudar. O rebranding não é um ato de ruptura, mas de maturidade, o reconhecimento de que o mundo avança e que relevância exige adaptação. Marcas que compreendem isso evoluem sem perder identidade; traduzem novos tempos sem apagar o passado.
Os melhores rebrandings nascem de dentro para fora. Começam com uma reflexão sobre propósito, passam por uma revisão estratégica e só depois ganham forma visual. São mudanças guiadas por clareza e adequação da marca com seu ambiente interno e externo.
Airbnb, LEGO, Burberry, Old Spice, Dunkin’, todas provaram que o rebranding certo não cria uma nova marca, mas revela sua genuína evolução, cada uma por um motivo diferente. Ele é um processo de alinhamento entre essência e percepção.
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