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Como Aplicar o 'Teste da Mãe' em Entrevistas Para Construir Marcas Fortes

  • DesignGuy
  • 5 hours ago
  • 6 min read

Construir uma marca que dialogue de verdade com o público é um desafio. Ideias podem parecer geniais até serem executadas, virarem um MVP ou produto e baterem de frente com quem as mantém vivas: o cliente.


E ninguém quer investir tempo (e dinheiro) em soluções que ninguém quer comprar. É nesse ponto que o livro 'Teste da Mãe' ganha força. Ele propõe uma abordagem prática em entrevistas com clientes, para que você consiga entender sua real dor ou necessidade e, assim, construir um produto que ele realmente precisa. E toda marca forte começa por essa escuta cuidadosa.


Red book cover with title "O TESTE DA MÃE" by Rob Fitzpatrick. Includes a drawn figure holding a graph. Endorsement by John Mullins.a

O que é o “Teste da Mãe”?

O conceito do 'Teste da Mãe' nasce a partir do livro “The Mom Test”, de Rob Fitzpatrick. Ele é quase um antídoto contra entrevistas enganosas. O nome é curioso, porque traz à tona uma situação real: quando você pergunta para sua mãe se sua ideia é boa, ela dificilmente vai dizer não. Algumas pessoas, assim como mães, são gentis por excesso e acabam mascarando críticas importantes.


não devemos buscar por aprovação quando entrevistamos, mas feedbacks sinceros, que é o que vai te fazer construir algo que as pessoas querem comprar.

No livro, Fitzpatrick apresenta dicas de como perguntar e ouvir clientes para evitar respostas puxadas para a simpatia. O objetivo é conhecer as pessoas que poderiam usar seu produto, e não falar sobre o produto em si.


Quando construímos algo, achamos que aquele produto é a coisa mais importante do mundo. Mas, para o cliente, ele é apenas um meio para resolver algum job do seu dia. Se seu produto não tem essa função, porque as pessoas iriam comprá-lo?


Em resumo, o 'Teste da Mãe' ajuda você a arrancar verdades que poderiam ser dolorosas, mas que são necessárias para que construa o produto certo para a pessoa certa.


Por que entrevistas honestas constroem marcas fortes?

Uma marca relevante não se sustenta só em criatividade. Ela precisa resolver algo concreto para as pessoas. E só existe um jeito de encontrar essas respostas: ouvindo, sem filtros, quem mais interessa.


Entrevistas mal conduzidas embalam falsos positivos. Você acha que acertou, mas, na real, só ouviu o que queria. Exatamente por isso, abandonar o medo de ouvir coisas como “não gostei” ou "não preciso disso" é um passo obrigatório para se aproximar mais do seu cliente e construir algo que ele realmente deseja. Para isso, você precisa:


  • Descobrir dores reais, não suposições.

  • Reconhecer padrões entre diferentes clientes.

  • Identificar motivações verdadeiras, aquelas que movem decisões de compra.

  • Evitar investir em soluções pouco relevantes.


Marcas que trilham esse caminho acabam se mostrando mais autênticas e capazes de se conectar de fato. E, claro, criam uma base sólida para toda sua comunicação, do guia de identidade visual até as campanhas de lançamento.


A man shows a drawing in a notebook to a woman. She smiles, speech bubbles with a heart and ellipsis between them. Rich orange and blue hues.

Os perigos das perguntas ruins

Perguntar de modo enviesado ou muito aberto deixa espaço para respostas “fofas”, e inúteis, pois te fazem acreditar em uma realidade que não existe. O livro mostra alguns exemplos. Veja:


  • Pergunta ruim: “Você acha essa ideia legal?” Melhor evitar. Mesmo achando que não vão dizer que sim.

  • Pergunta boa: “Quando foi a última vez que enfrentou esse problema?” Aqui, o cliente é obrigado a pensar em situações reais e te trazer uma verdade. Ele também acaba aprofundando em relação à dimensão do problema para ele.


  • Pergunta ruim: “Você pagaria por esse produto?” Quase todo mundo diz sim por educação, mas, na prática, pensa duas vezes antes de tirar o cartão do bolso.

  • Pergunta boa: “Como você resolve isso hoje?" E, em seguida: "quanto custa essa solução?” Traz uma visão mais concreta do esforço atual do cliente e abre portas para insights valiosos. Sabendo quando ele paga hoje para resolver esse problema pode te dar uma boa base do quanto poderá cobrar.


As perguntas certas tiram o entrevistado do campo hipotético para o que ele vive na vida real. Esses insights valem ouro na hora de construir seu branding, pois você terá a oportunidade de contruí-lo para o seu cliente, e não falando sobre seu produto.


Como aplicar o “Teste da Mãe” em entrevistas

Para ter as respostas certas, é preciso fazer as perguntas certas. Logo, existe um jeito de perguntar, ouvir e transformar esses insights em algo prático para sua marca. Separei etapas que podem ajudar:


Prepare-se: saiba o que quer descobrir

Pense no que você realmente precisa saber para evoluir sua marca ou produto. Evite sair perguntando de tudo, porque isso mais confunde do que ajuda.


Abra espaço para histórias, não opiniões vagas

No 'Teste da Mãe', perguntas abertas fazem milagres. Convidam o entrevistado a contar como age, não só o que pensa. Exemplos:


  • “Me conta sobre a última vez em que você encontrou esse obstáculo.”

  • “Qual foi a consequência de não ter uma solução rápida?”


Histórias reais revelam detalhes que nem mesmo uma pesquisa com milhares de pessoas consegue mostrar.


aproveite momentos de silêncio

Momentos de silêncio são desconfortáveis, mas têm poder. Ao esperar, o entrevistado costuma ir além do superficial e fala coisas que você não perguntou. Esses costumam ser os melhores insights.


Busque padrões

Após algumas entrevistas, procure repetições nas falas dos entrevistados. Dores que aparecem na fala de todos os clientes costumam ser mais urgentes e ser algo que eles estão dispostos a pagar. Estas devem ser prioridade no desenvolvimento da marca, do produto e até de novos key visuals.


como empresas e startups estão aplicando o teste da mãe?


Startups B2B e SaaS em early stage

Empreendedores costumam reportar que ao evitarem buscar elogios à suas ideias e produto e se concentrarem em perguntas como “Quando foi a última vez que você enfrentou esse problema? Como lidou?”, conseguiram descobrir hábitos reais de comportamento e adaptar rapidamente sua proposta. Isso levou, em muitos casos, ao redesenho do core offering ou até à mudança de segmento.


Times de Produto em empresas de tecnologia

Profissionais que conduzem pesquisas de discovery com foco em experiências reais destacam que as técnicas do livro os ajudou a identificar funcionalidades prioritárias com muito mais precisão.


Em vez de ouvir promessas futuras, como “Eu compraria”, passaram a agir com base em dados concretos. Exemplo: “Isso aconteceu mesmo em alguma vez? Conte como foi”. Esse tipo de pergunta trouxe insights que reduziram retrabalhos e melhoraram a aceitação inicial dos produtos.


Agências de Design e UX

Nas consultorias que lidam com redesign de marcas ou interfaces, ao aplicar entrevistas seguindo os princípios do livro, evitando o “talvez” ou “eu poderia”, conseguiram mapear genuinamente pontos de dor que, quando resolvidos, aumentaram significativamente o engajamento dos usuários finais com a marca.




como essas entrevistas guiam comunicação e design

Os dados das entrevistas afetam diretamente suas decisões visuais e de comunicação. Imagina que você descobriu que seu público valoriza soluções descomplicadas e rápidas. Isso orienta escolhas de paleta de cores, fontes e o próprio ritmo das peças digitais. Se, por outro lado, o valor central é confiança, investir em elementos clássicos e uma abordagem mais sóbria pode fazer sentido.


A integração desses insights aparece em cada ponto de contato do cliente com a marca, desde o pitch comercial até o manual de identidade visual, que você pode aprender como estruturar neste artigo sobre brandbook.


Se precisa adaptar peças de campanha, os aprendizados da entrevista são o norte, inclusive quando for trabalhar feedbacks em projetos de design. Dessa maneira as decisões vêm de um entendimento profundo, não de achismos ou suposições. E a diferença fica clara quando sua comunicação acerta aquilo que importa para o público.


Não existe pergunta mágica, existe pergunta certa e escuta ativa


Ouvir o seu cliente e construir algo que resolva seus problema é o único jeito de prosperar nos negócios. Ouça sem pressa, pergunte com cuidado, aceite que respostas desconfortáveis fazem parte do processo.

Sua marca não precisa agradar todo mundo, precisa saber quem quer agradar (e como).

Pronto para extrair mais dos seus clientes? Aplique o Teste da Mãe, busque insights, construa seu produto e deixe que o branding para a DesignGuy.

Se chegou até aqui, talvez esteja buscando novas respostas para fortalecer seu branding. Acesse nosso site e agende uma ligação. Será um prazer fortalecer a sua marca todos os dias, com a qualidade que ela merece.


Mais alguns exemplos


Para finalizar, trago aqui mais alguns exemplos sobre boas e más perguntas a serem feitas em entrevistas:


Perguntas Ruins (levam a elogios, suposições ou promessas vagas)

  • “Você compraria esse produto se eu lançasse?”

  • “Você acha minha ideia boa?”

  • “Você usaria essa funcionalidade?”

  • “Você gostaria de algo assim no futuro?”

  • “Se eu criar essa solução, você pagaria por ela?”


Essas perguntas geram respostas educadas, muitas vezes positivas, mas sem compromisso. O cliente pode dizer “sim” apenas para ser simpático e isso induz o empreendedor ao erro.


Perguntas Boas (focam em fatos, experiências e comportamentos reais)

  • “Quando foi a última vez que você enfrentou esse problema? Como lidou com ele?”

  • “Quais soluções você já tentou? O que funcionou e o que não funcionou?”

  • “Quanto tempo ou dinheiro você já gastou tentando resolver isso?”

  • “Pode me contar passo a passo como resolveu da última vez?”

  • “Qual foi a maior frustração nesse processo?”


Essas perguntas revelam dados concretos: frequência, intensidade da dor, hábitos reais de compra e até quanto o cliente já está disposto a investir para resolver o problema.


Você deve trocar hipóteses futuras (“você usaria...?”) por histórias do passado, que o cliente viveu e vive (“quando você usou pela última vez...?”). Isso elimina suposições e dá base sólida para construir produto, marca e identidade visual coerentes.


 
 
 

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