Estratégia de Marca: Guia Prático para Criar um Posicionamento de marca Forte
- DesignGuy
- 2 days ago
- 9 min read
Imagine um mundo onde marcas surgem todos os dias, disputando espaço na mente e no coração das pessoas. Seu serviço, seu produto, suas cores, aquele logotipo... Tudo comunica algo. Mas o que, afinal, faz com que algumas empresas sejam lembradas e desejadas, enquanto outras desaparecem sem deixar rastros? E não estamos falando de qualidade de produto. Mas da percepção que as pessoas têm em relação a determinados produtos.
A diferença está quase sempre por trás de algo que vai além do visual e invade o terreno das sensações: seu plano de construção de identidade e significado.
Diferenciar não é uma questão de sorte, mas de intenção clara.
Se você sente que a reputação do seu negócio poderia ser algo muito maior do que é hoje, ou que falta coerência entre o que promete e como é percebido, está no lugar certo. Hoje, vamos deixar o conceito técnico de lado para falar de método, prática e visão: como montar um posicionamento sólido do zero ou reformulando o que já existe.

O que é uma estratégia para marcas (e por que você definitivamente precisa ter uma)
Antes de falar de logos bonitos ou campanhas geniais, é preciso olhar para a base. Tudo isso é criado a partir de uma estratégia e muito estudo. Criar reputação com consistência não é tarefa rápida, nem algo que se sustenta apenas com slogans criativos. Trata-se de construir alicerces para crescer.
O termo, muitas vezes tratado apenas como “branding”, envolve uma série de escolhas – e renúncias – para que empresas deixem claro seu papel no mercado, no setor e na vida do consumidor.
Segundo uma pesquisa da Edelman, 69% dos consumidores só apoiam empresas em que confiam, e essa confiança está diretamente ligada a reputação e impacto percebido na sociedade. Em outras palavras, não basta existir: é vital ser relevante e confiável.
Elementos que sustentam um posicionamento de impacto
A reputação de uma marca não se constrói com um logo bonito ou uma campanha viral isolada. Ela nasce da coerência entre o que a marca promete, entrega e faz sentir. Isso só acontece quando alguns elementos fundamentais estão bem definidos e interconectados:
Posição no mercado
Como quer ser percebido? Para quem sua promessa faz sentido?
Não se trata apenas de escolher entre “premium” ou “popular”. Posicionamento significa ocupar um espaço claro na mente do público, um território que une diferenciação, relevância e foco. Para isso, é preciso entender:
Quem já ocupa o mercado?
Que lacunas existem na percepção do público?
Qual a dor mal resolvida que você resolve melhor que os outros?
Identidade visual
O conjunto de símbolos, cores e formas que diz quem você é à primeira vista.
A identidade visual é a interface sensorial do seu posicionamento. Ela traduz conceitos intangíveis — como inovação, tradição, proximidade ou autoridade — em códigos visuais que o cérebro reconhece instantaneamente. Uma boa identidade visual:
Reflete o DNA da marca, não só a estética do momento.
Garante consistência em todos os pontos de contato.
Cria códigos próprios que facilitam a memorização (ex: Nike e seu swoosh).
Propósito
Seu “porquê”. O que faz você (ou sua empresa) levantar toda manhã?
O propósito conecta a marca com algo maior do que ela mesma. Ele guia decisões e inspira pessoas — internas e externas. Um propósito forte:
Dá sentido à existência da empresa além do lucro.
Atrai talentos e parceiros alinhados com a mesma visão.
Gera conexão emocional com o público, criando lealdade.
Mas atenção: propósito não é frase bonita na parede. É prática diária. É aquilo que, mesmo em tempos difíceis, continua verdadeiro.
Valores
Princípios que orientam decisões, inclusive em crises.
Valores são o “como” a marca se comporta, suas regras do jogo. São eles que definem a cultura, o tom de voz e a postura diante de dilemas. Por isso, devem ser:
Poucos, claros e verdadeiros (não genéricos como “respeito” ou “excelência”).
Ensinados, praticados e reforçados no dia a dia com atitudes.
Coerentes com o que a marca comunica e entrega.
Marcas com valores sólidos geram confiança, porque o público sabe o que esperar mesmo quando o inesperado acontece.
Público-alvo
O que você faz não é para todo mundo. Conheça a fundo para quem você fala.
Posicionamento só funciona quando há foco, especialmente em empresas menores. E foco exige escolha. Entender o público-alvo vai além de dados demográficos — é preciso mapear:
Estilo de vida, dores, desejos e crenças.
O que valoriza na hora de decidir.
O que rejeita (o “anti” também define o “pró”).
Quem tenta falar com todos, acaba não se comunicando com ninguém.
Descobrindo o posicionamento
Definir claramente que espaço você deseja ocupar é o primeiro passo para ser notado. Isso vai muito além de ser “o melhor” ou “o mais barato”. Trata-se de encontrar um ponto de diferença autêntico, algo impossível de ser copiado sem soar falso.
Ser único é delicado: exige coragem para recusar o óbvio.
Um bom exemplo é a Nike, que construiu um legado tendo como principal mensagem o poder de superação individual – “Just Do It” não é só slogan, é convite para ação.

Já a Netflix deixou de ser “um serviço de DVDs por assinatura” para ser sinônimo de entretenimento personalizado. O primeiro é um produto. O segundo, um posicionamento de marca. A forma como a empresa ocupa espaço na mente do consumidor, conectando-se emocionalmente e oferecendo um valor percebido que vai muito além da funcionalidade.
Agora, vamos destrinchar um pouco mais os pontos acima:
Identidade visual e seus desdobramentos
O reconhecimento visual é o cartão de visita imediato de uma marca. Como já falamos aqui, identidade inclui logo, paleta de cores, tipografia, imagens, ilustrações, ícones e até tom de voz.
Todos esses elementos devem ser usados de forma consistente e coesa, reforçando o que a empresa acredita e promete.
Quando atualizar faz sentido? Se você sente algum sinal de desconexão, vale conhecer os 7 sinais de alerta sobre identidade visual. Adaptar-se sem perder essência é arte.
Propósito e valores na prática
Missão, visão, valores... Você já viu frases bonitas em sites institucionais. Mas, na rotina, onde vivem? A resposta está em atitudes consistentes. O propósito deve conduzir decisões, mesmo quando não parecem as mais fáceis. Marcas como a Patagonia (em defesa do meio ambiente) e a Natura (valorizando a biodiversidade brasileira) mostram que, ao alinhar discurso e prática, o impacto é visível e longevo.
Entender profundamente o público
É quase impossível criar conexões fortes sem estudar a fundo para quem você fala. Isso implica ir além da demografia (idade, cidade, renda) e mergulhar em desejos, dores, motivações, hábitos.
Segundo a Salesforce, personalização é a palavra-chave: 92% dos profissionais de marketing reconhecem seu efeito na construção de valor e confiança.
A criação de personas, personagens fictícias baseadas em dados reais, é uma das formas de traduzir a segmentação em ações práticas. Mas o mapeamento de suas dores e comportamento é o mais relevante.
Como construir uma reputação forte na prática
Agora que já temos uma visão dos pilares, é hora de pensar no método para tirar sonhos do papel. Estruturar um plano é menos rebuscado do que parece – e, honestamente, quase sempre passa por momentos de teste e erro.
1. Pesquisas de mercado e benchmarking
Para começar, entenda o cenário e a concorrência. Mapeie tendências, veja o que marcas líderes fazem, mas, principalmente, identifique brechas e insatisfações do consumidor. Lembre-se: copiar nunca gera diferenciação verdadeira. Você sempre vai ficar em segundo lugar e gera antipatia nas pessoas.
2. identificar dores, comportamentos e padrões
Entreviste clientes, faça enquetes, analise dados de comportamento. Busque padrões de consumo, motivos de escolha (ou rejeição), canais favoritos. Tenha isso documentado e crie soluções para resolver essas dores ou necessidades. Isso aproxima a marca de decisões mais assertivas.
3. Brand Sprint: um caminho acelerado
Ferramenta popularizada pelo Google Ventures, o Brand Sprint condensa, em pouquíssimo tempo, dinâmicas para definir elementos centrais de posicionamento, propósito e diferenciais. Para empresas que querem rapidez sem perder profundidade, o método é certeiro.
Se isso ressoa com seu desafio, vale buscar guias completos sobre identidade visual para empresas, como este aqui: Guia completo de identidade visual para empresas em 2025. Errar o visual inicial pode atrasar anos de resultados.
4. Brandbook e documentação
É aqui que as ideias ganham forma. Documentar as definições evita subjetividade e facilita o alinhamento com o time. Um bom brandbook vai muito além do manual de aplicação do logo: deve condensar tom de voz, uso de imagens, padrões de linguagem para mídias sociais, entre outros.
5. Implementação consistente
De nada adianta um projeto brilhante parado na gaveta. O grande segredo é garantir que todos os pontos de contato apliquem o conceito – site, redes, impressos, atendimento, ações internas. Repita sem necessariamente ser repetitivo; encontre formas diferentes de mostrar o mesmo “DNA”.
Consistência e flexibilidade: uma dupla que poucos sabem equilibrar
Construir familiaridade exige repetição coesa, mas o medo de parecer repetitivo talvez seja exagerado. Pense na Coca-Cola, por exemplo, que repete elementos visuais há décadas, mas sempre ajusta linguagens e temas para dialogar com novas gerações – sem perder seu “sabor original”.
Segundo pesquisas da Stackla, 86% dos consumidores valorizam autenticidade, porém 57% acham que empresas falham em entregar isso na prática (dados da Stackla). Por isso, equilíbrio entre diretrizes claras e adaptações pontuais faz toda diferença.
Conexão emocional: a bússola das grandes marcas
Desejar virar “ícone”, aquele nome que ninguém esquece, passa obrigatoriamente por criar vínculo afetivo. Para isso, deve-se provocar emoção, compaixão, identificação. Segundo as estatísticas da Salesforce, 62% das pessoas dizem se sentir conectadas às empresas das quais compram.
Exemplos? Apple fala sobre “pensar diferente”. Dove valoriza beleza real. Ben & Jerry’s luta por causas sociais. O que todas têm em comum? Consistência de discurso e ação em cada detalhe.
Comunicação e engajamento interno: sem isso, nenhuma estratégia vinga
Este é o ponto mais negligenciado por quem constrói reputação: a “marca” começa do lado de dentro para só então ecoar lá fora. Se os colaboradores não entendem a proposta, não vestem a camisa, cedo ou tarde vão agir de modo desalinhado, bagunçando a percepção do cliente.
Promover treinamentos frequentes, incentivar feedbacks e salários que reflitam os próprios valores são caminhos de baixo custo para garantir coerência. Inspire-se em iniciativas como manuais aplicados e integração de design ao planejamento de produto para unir todos em torno de um objetivo comum.
Planeje, mas esteja aberto para ouvir o mercado
Cronogramas e planos são fundamentais, mas tente não ficar refém do inicialmente desenhado: o mundo muda. Observe feedbacks, explore dados, converse com pessoas diferentes do núcleo-chave da empresa.
Participar de eventos, grupos online, até observar concorrentes pode revelar percepções não mapeadas no início. Estudos da Statista mostraram que trabalhar com influenciadores também amplifica a construção de valor, mas só faz sentido quando alinhado a princípios autênticos. E, não esqueça, nem toda estratégica funciona para toda marca.
Ouça com atenção. Corrija com humildade. Cresça com ousadia.
Estratégia para marcas e marketing: onde moram as diferenças?
Ainda há confusão. Marketing vende, constrói leads e cria campanhas; posicionamento cuida do que você representa, produz pertencimento e faz clientes defenderem seu nome. O primeiro entrega resultados quase imediatos. O segundo, constrói patrimônio. Apesar do posicionamento fazer parte do marketing, eles se complementam como cérebro e músculo.
Desenvolver identidade sólida não exclui investir em ações de marketing. Um sustenta o outro. Mas é importante lembrar: sem uma base bem definida, campanhas gastam dinheiro e dificilmente geram fidelidade.
Como medir evolução e ajustar a rota
Tudo bem, tudo isso pode parecer subjetiva demais, mas há ferramentas para acompanhar evolução. As mais comuns combinam dados quantitativos (aumento de “brand recall”, pesquisas de satisfação, menções em redes sociais) e qualitativos (depoimentos, entrevistas, composição de grupos focais).
Acompanhe pesquisas de imagem: compare percepção anterior e posterior ao lançamento.
Monitore mídias sociais: quantidade e, principalmente, tom das menções.
Observe vendas e recompra: crescimento sustentável geralmente reflete clareza de posicionamento.
Promova enquetes internas: colaboradores estão alinhados?
Ajuste o percurso sempre que perceber ruído ou queda de identificação. Mudanças não são sinal de erro, mas de evolução. E são absolutamente necessárias.
A reputação forte não é consequência do acaso. Ela é planejada, sentida e revivida a cada contato.
Se precisa de um designer mais que sênior para executar sua estratégia de marketing, entre em contato com a DesignGuy. Entregamos design de altíssima qualidade em uma média de dois dias. Agende agora uma reunião, será um prazer apoiar sua marca a crescer.
Perguntas frequentes sobre estratégia de marca
O que é uma estratégia de marca?
Segundo David Aaker, estratégia de marca é o plano de longo prazo para construir, posicionar e gerir uma marca de forma consistente, com o objetivo de gerar diferenciação, valor e lealdade.
É um conjunto organizado de decisões e ações que ajudam uma empresa a ser identificada, lembrada e escolhida no mercado, definindo claramente o seu propósito, posicionamento, linguagem e os motivos pelos quais merece a atenção do público certo.
Como criar um posicionamento de marca forte?
Aqui vale seguir alguns passos: compreender profundamente seu público, identificar diferenciais autênticos, definir promessa e valores, documentar tudo em manuais práticos (como um brandbook), alinhar a execução em todos os pontos de contato (da comunicação ao produto) e dar atenção ao feedback para ajustar o percurso. Diferenciação só acontece quando escolhas são claras, conscientes e mantidas ao longo do tempo.
Quais os benefícios de ter uma estratégia de marca?
Entre os principais benefícios: diferenciação no mercado, maior reconhecimento, aumento da confiança do público, fidelização de clientes, alinhamento interno, mais valor agregado ao produto ou serviço e potencial de crescimento sustentável. Marcas fortes também têm maior chance de superar crises e alcançar mercados mais competitivos, além de impactar no valor da marca e equity.
Quanto custa desenvolver uma estratégia de marca?
O valor pode variar bastante conforme a complexidade, porte da empresa e profissionais envolvidos. Pode ir desde consultorias rápidas (menos investimento, porém menos profundidade) até projetos completos com pesquisas, workshops, brandbooks e implementação visual (investimento maior, mas retorno potencialmente muito superior). Mais importante do que o preço é observar resultados e o quanto a reputação construída impacta nos negócios ao longo do tempo.
Quais são os elementos essenciais de uma marca?
Os elementos principais incluem: posicionamento claro, identidade visual coerente, propósito bem definido, valores que orientam decisões e, claro, um público-alvo explicitamente mapeado. Esses pilares, juntos, garantem construção de percepção sólida e experiências memoráveis, muito além de logotipo ou slogan.
Comments